terça-feira, 10 de outubro de 2023

SERVIDORES DO HGE SÃO QUALIFICADOS PARA IDENTIFICAR E ATUAR MELHOR EM CASOS DE VIOLÊNCIA.


O Governo de Alagoas tem adotado políticas que visam combater a violência, considerada um grave problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na área da assistência, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) criou a Rede de Atenção às Violências (RAV), com uma equipe especializada para o acolhimento de vítimas nas unidades de saúde. No Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió, a Sala Lilás já atendeu 45 cidadãos, desde a sua inauguração no dia 10 de julho, e as suas ações acontecem diariamente.

O HGE é porta aberta para o atendimento a pessoas com traumas, e entre as causas estão as agressões (arma de fogo, arma branca, física e sexual) e os acidentes (casuais, de trânsito e de trabalho). Dentro dessa demanda, há quem chegue ferido pelo uso da força (física ou psíquica), após chocar-se intencionalmente contra um objeto ou contra o próprio chão, ou ter sofrido uma ação contra a sua vontade.

Conforme o secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes de Miranda, a violência acontece no mundo todo e atinge pessoas de todas as idades e, por ser uma unidade porta-aberta, o HGE recebe essas vítimas e deve acolhê-las de forma humanizada e atuando conforme preconiza a legislação. “Nas classes menos favorecidas, por vezes os agressores estão dentro de casa e reproduzem violências que eles mesmos sofreram. Ou seja, é um fenômeno socialmente construído, que necessita ser desconstruído, e as nossas equipes precisam estar preparadas para serem bons agentes de combate e assistência”, afirmou o gestor.

“Também há quem busque o atendimento médico com queixa de enxaquecas, gastrites, dores difusas e outros problemas cuja justificativa não é verdadeira. É nesse momento que o profissional da saúde precisa ter um olhar atento e capacitado para realizar a melhor abordagem. Essa identificação e reação são imprescindíveis, pois podem salvar a vida de quem não está dizendo com todas as palavras que sofreu violência”, explicou a enfermeira Dhandara Ferreira.

É sobre essa abordagem que a RAV promove no HGE o Plano de qualificação para profissionais que atuam na Área Lilás e demais trabalhadores do HGE na temática violências. O objetivo é disseminar as ações executadas pela Sala Lilás da maior unidade de urgência e emergência do Estado, aprofundar conhecimentos sobre os diversos tipos de violências, entender os encaminhamentos necessários quando a situação for identificada e compreender a atuação multidisciplinar.

“Vamos apresentar a constituição da RAV, o desenho da rede no Estado, a caracterização da Área Lilás e da Sala Lilás, os tipos de violências, os fluxos de atendimento, entre outros. A violência, além de ser uma questão política, cultural, policial e jurídica, é também, e principalmente, um caso de saúde pública. Não é um problema específico da área da saúde, mas afeta, já que as vítimas adoecem e podem, nos casos mais graves, resultar no suicídio”, explicou a assistente social Tatyana Lima.

Ao longo deste mês, nos dias 10, 17, 23 e 31, outras equipes do HGE também serão capacitadas sobre assistência às vítimas de violência, segundo destacou o diretor do HGE, Fernando Melro. “A violência é um fenômeno complexo, que envolve fatores sociais, ambientais, culturais, econômicos e políticos. Contudo, em cada caso é preciso analisar um conjunto de fatores, como condições de vida, questões ambientais, trabalho, habitação, educação, lazer e até cultura”, salientou.

Fonte e foto:  Ascom SESAU (Thallysson Alves)

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